Dívidas: aprenda a negociar as suas contas

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Talvez você esteja com o “nome sujo” ou talvez esteja endividado, tentando equilibrar as finanças para não ter seu nome no SPC ou Serasa. Em quaisquer dos casos, precisa aprender a negociar dívidas.

Mas será que você sabe fazer isso? Na verdade, existem particularidades conforme os diversos tipos de dívida.

Veja a seguir como fazer a sua negociação para melhorar suas finanças pessoais.

Negociar dívidas: o que fazer

Se você já teve ou correu o risco de ter seu nome registrado no SPC ou no Serasa, sabe que antes de fazer parte do cadastro, recebe uma cartinha avisando que a dívida deve ser paga.

Em muitos casos, está especificado uma data de vencimento, mas isso nem sempre ocorre por não ser uma obrigatoriedade. Depois que a dívida é paga, a empresa ainda tem um prazo de 5 dias para informar o SPC ou o Serasa, que, por sua vez, farão a remoção do nome do consumidor da lista de inadimplentes.

Mas como saber se o seu nome está cadastrado no SPC e no Serasa? O ideal é entrar em contato direto com essas empresas, seja em seus postos de atendimento ou através seus sites.

Depois de constatada a dívida, como renegociá-la? Veja o que fazer conforme o tipo de dívida:

Cheques sem fundo

Pode ser que você não saiba, mas existe um Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundo. O consumidor é registrado nesse cadastro sempre que tem um mesmo cheque devolvido duas vezes pelo banco.

Basicamente, o cheque sem fundos é devolvido porque seu emitente não tem o respectivo valor em sua conta corrente. Ou seja, o cheque não pode ser descontado pelo banco.

Nesse caso, o consumidor deve entrar em contato diretamente com a empresa para a qual passou o cheque sem fundos, fazendo o pagamento da dívida.

Ao mesmo tempo, deve ser emitido um recibo de pagamento, que é a garantia de que a dívida foi paga. Esse recibo deve constar algumas informações, como número do cheque, valor, CPF, RG, nome e assinatura do credor.

Depois disso, o consumidor precisa entrar em contato com o banco e verificar as taxas que estão pendentes, pagando-as também.

O banco também deve emitir um recibo de pagamento e, no prazo de 5 dias, solicitar a retirada do nome do consumidor do cadastro de emitentes de cheques sem fundos.

Carnê de loja atrasado

Se você comprou produtos de uma loja que trabalha com carnê e não fez o pagamento em dia, terá que pagar as dívidas com a aplicação de multa e juros.

Na negociação, o cliente terá que pagar 2% de multa e juros de 1% para cada mês de atraso.

É muito importante que você exija um recibo da loja informando que a dívida foi paga, além de conferir se o seu nome foi retirado da lista de inadimplentes.

Cartão de crédito

O cartão de crédito é uma das piores dívidas que o consumidor pode ter, porque tem uma taxa de juros muito alta e o valor devido, nesse caso, torna-se uma verdadeira bola de neve.

Uma dívida de R$ 2 mil no cartão de crédito facilmente transforma-se em um débito de R$ 5 mil. Por isso, o melhor é pagar em dia e, quando estiver endividado, entrar em contato com o banco para negociar um pagamento facilitado.

Geralmente, há cobrança de multa de 2% aplicado sobre o valor total da dívida, além de juros, que devem respeitar certo limite. Assim, é importante saber que, se você acredita que o valor cobrado é abusivo, pode procurar o Procon para chegar a um consenso.

Muitas vezes, o pagamento das faturas atrasadas do cartão de crédito é feito de forma parcelada. Por isso, você deve fazer o pagamento mensal e exigir o recibo.

Se fizer a quitação à vista, também deve solicitar o recibo. Em quaisquer dos casos, o prazo para comunicação ao SPC e Serasa é de 5 dias.

Financeira

Uma solução comumente encontrada pelos endividados é solicitar empréstimos de financeiras. O problema é que, muitas vezes, o empréstimo começa a ficar atrasado e o nome vai para o SPC ou o Serasa da mesma forma.

Nessa situação, vale o mesmo que para o cartão de crédito: entrar em contato com a financeira e negociar o pagamento à vista em um valor mais baixo do que o atual (que inclui multa e juros) ou solicitar o pagamento parcelado.

Novamente, a multa é de 2% em cima do valor total e os juros precisam respeitar um limite. Por isso, se você acredita que o valor da dívida é abusivo, entre em contato com o Procon.

Bancos

A renegociação do cheque especial e até mesmo do cartão de crédito deve ser feita diretamente com o banco.

Apesar de ser menos constrangedor fazer a renegociação pela internet (quando isso é possível), é mais válido fazer esse processo diretamente com o gerente, porque a taxa de juros conseguida pode ser mais baixa.

No caso do cheque especial, a taxa média de juros aplicada, segundo o Banco Central, é de 315% ao ano.

Portanto, o ideal é falar diretamente com o gerente ou com um representante do banco por telefone para verificar as melhores opções.

Novamente, se achar que a taxa de juros cobrada está muito alta, entre em contato com o Procon.

Conclusão

Apesar de ter todas essas opções para fazer a renegociação de dívidas, é importante que você analise a sua situação atual antes de definir qualquer coisa.

Portanto, você deve primeiramente fazer uma autoavaliação, identificando o que ocasionou a inadimplência.

Em seguida, é preciso calcular todas as dívidas e verificar o montante total que deve ser pago a outras empresas.

Essa atitude é importante porque, na hora de negociar, você sabe qual o valor máximo que pode pagar à vista ou por mês, evitando ter novos problemas e saindo, de fato, do vermelho.

Assim, você consegue tirar o seu nome dos cadastros de devedores e volta a ter crédito com aquela empresa ou instituição financeira.

Depois de negociar dívidas, é só consumir com cuidado. Para entender como fazer isso, aproveite e leia o nosso post Consumo consciente: por que você precisa pensar nisso para prosperar.

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